Olás! Vamos de #introdução:
Meu nome é André. Sou professor. Sou graduado e mestre em Letras (USP e UNIFESP). Minhas áreas de pesquisa são: Cinema, Literatura, História do Brasil (ditadura militar). Escrevo sobre cinema no blog Sombras Elétricas:
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O verdadeiro problema estético e ético, aqui, não é transformar um video game em um filme live-action (Sonic cumpre muito bem essa função, aliás).
O problema é nos lembrarmos de nossa própria realidade reduzida a um cenário caricato de video game: o Dr. Robotnik (Jim Carrey) poderia ser qualquer provocateur da “alt-right”.
No Brasil, poderia ser ministro do governo Bolsonaro, ou qualquer um dos seus histriônicos apoiadores.
Talvez o único defeito seja a presença muito menor de depoimentos, experiências e vozes de mães das classes mais populares. Um equilíbrio, aqui, demonstraria uma consciência social mais saudável por parte dos realizadores.
#ORenascimentodDoParto #DocumentárioBrasileiro #PartoHumanizado #ViolênciaObstétrica
Mas a realidade predominante, infelizmente, é outra: o parto visto como “doença”, alvo de uma violência obstétrica perigosa, traumatizante e desnecessária, correspondendo a interesses sobretudo comerciais. E as muitas imagens de gore que este filme traz ajudam a provocar um verdadeiro terror no espectador(a), essencial à conscientização e tomada de ações concretas que acarretem a necessária mudança social - sim, este é um documentário bastante exortativo.
nos casos comprovados de gravidez de alto risco, toda a ciência, a tecnologia e suas intervenções (ainda que agressivas, por exemplo, a cesariana) serão bem-vindas e poderão salvar vidas.
São depoimentos de especialistas muito bem encaixados na linha expositiva / argumentativa do documentário que garantem tal equilíbrio: não se deixa de colocar e reforçar que a escolha é da mulher: se esta quiser parir em ambiente hospitalar, envolta em toda a tecnologia disponível, ela deverá ter esse direito, assim como se preferir um parto humanizado, por outro lado; também fica enunciado com perfeita clareza que,
São profundamente hitchcockianos, em especial: o duplo feminino (Linda / Clarisse), o sonho / pesadelo do protagonista Montag com o doppelgänger da esposa e a trilha sonora assinada por ninguém menos que Bernard Herrmann.
O fato é: François Truffaut fez dois grandes filmes em dedicação às suas duas grandes paixões: o cinema (A Noite Americana - 1973) e os livros (Fahrenheit 451 - 1966). Este último é também uma declaração de amor à arte de Alfred Hitchcock, que inspirou a política dos autores do crítico François e revolucionou a sétima arte.
É o primeiro (e único) filme de Truffaut em língua inglesa. É a primeira (e única) incursão do autor de Os Incompreendidos (“Les quatre-cents coups” - 1959) no cinema de gênero: ficção científica / especulativa. A má-disposição que muitos críticos têm para com Fahrenheit 451 revela mais a respeito deles mesmos do que a respeito do longa ou do seu diretor.
Truffaut, aqui, foi profetico: a cena ressoa, hoje, no pedido de demissão coletiva por parte de toda a equipe de redação da revista (notícia da semana passada), cuja independência editorial ficou ameaçada após a compra por um conglomerado financeiro que já expressou o desejo de “mudanças”.
O final revelará a verdadeira intenção discursiva (a mensagem edificante) do filme, mas sem grande poder de convencimento. A impressão que fica é que os Dardenne inverteram os modos: fica implícito o que deveria ser demonstrado explicitamente (as origens do extremismo em Ahmed), enquanto se escancara o que poderia ser enunciado de maneira mais sutil (a conclusão “redentora”).
Luc e Jean-Pierre Dardenne fazem aqui uma escolha arriscada: acompanhar a breve carreira de um pretenso terrorista jovem sem dar a menor atenção dramático-narrativa aos fatores contextuais que o teriam levado a tal caminho. A câmera, colada ao protagonista, seguindo-o em tom banal no seu cotidiano de crime e castigo, parece querer provocar antes a repugnância do que a empatia do espectador - o que levou os irmãos cineastas a serem acusados de islamofobia.
Enfim, uma obra nem tão aberta, nem tão fechada. Mas montada com a dose certa de discernimento e promoção de discernimento, absolutamente necessário nos tempos em que vivemos (e morremos).
O filme todo nos causa a tensa impressão de uma substância extremamente volátil prestes a explodir. Mas não explode. Ou melhor, não explodirá se nós mesmos, espectadores (para além dos personagens) manusearmos a realidade-pólvora com o devido cuidado. É uma narrativa de constantes anti-clímax, do começo ao fim.
Cinema, literatura, arte, educação, anti-fascismo.